quinta-feira, 9 de julho de 2009

Imprensa

Diariamente toda sociedade é influenciada pelos fatos, pessoas e situações que ocorrem ao nosso redor. O que se percebe claramente ao assistir um telejornal, ao ler um ou ouvir poucos minutos de uma rádio é a agenda que a imprensa tem seguido no Brasil. Muitos dizem que estes temas são abordados com exclusividade nesta porque vendem. Contudo, há aqueles que notam algo mais perigoso e sutil por detrás disso.

Desnecessário se faz pontuar que a corrupção na política e a violência são os assuntos em questão a que se refere este artigo. Bombardeados diariamente com informações sobre falcatruas no Congresso, desvio de dinheiro ou acidentes na assembléia estadual, tráfico de drogas e assassinados na cidade, criou-se e cria-se reiteradamente cidadãos que se sentem indignados com os problemas na política e inseguros, com medo de tudo e de todos.
Não é o intuito deste artigo contrariar os fatos apresentados pela imprensa ou negá-los, pois é de conhecimento geral que a violência cresce ano a ano e que existem sim políticos de má índole. O que não se pode esquecer é que divulgar tais situações, e ultimamente tem sido somente estas as veiculadas, faz com que nos afastemos da verdade e nos tornemos indivíduos alienados, pois estes tem uma visão parcial e simplória do que realmente tem ocorrido.

Se alguém comentar em uma conversa à respeito de um político que admira, independente de quem seja, por melhor que tenha sido sua carreira e conduta, certamente receberá como réplica de outrem que todos políticos são corruptos e não há honestidade e boas intenções na política. A sociedade é influenciada, portanto, a se afastar da participação efetiva dos órgãos e instâncias públicas, pois “quem é de bem não mexe com isso”. Neste ponto reside o perigo.

Ao ter uma suspeita de crime ou desvio de dinheiro público, ainda que em fase de investigação ou do início do processo judicial, a mídia já expõe a foto do indivíduo em cadeia nacional o condenando antecipadamente, mesmo que diga: ele é suspeito de um suposto crime. Não há espaço para defesa, para que seja provada sua inocência no ar. Mesmo que absolvido, no máximo terá uma nota comunicando a sociedade, nunca o mesmo tempo e argumentos que utilizaram para o “condenar”.

Ao serem indagados em um processo por danos morais, defendem-se, ou há quem o diga, (escondem-se) no principio constitucional da liberdade de imprensa, de opinião ou o que o valha. Infelizmente, várias são as situações em que conseguem vencer a batalha judicial. Necessário se faz repensar na forma de se abordar as matérias, pois tão constitucionais como este são os princípios da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, que devem ser respeitados em um Estado de Direito, para que não sejam pré-julgados e condenados cidadãos de forma injusta, e sobretudo antes que reste provado o crime cometido.