sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Vídeo dos vereadores comentando atitude do vereador John

Vídeo postado no site do jornal o Diário de Maringá

Vereador John impede votação com atitude inusitada

O vereador maringaense do PMDB, John Alves, impediu uma votação na data de hoje na câmara municipal de Maringá. Para os que não moram na cidade, em Maringá é proibido a construção de casas geminadas, e o projeto de lei que seria votado acabaria com esta restrição.

Durante a sessão, John a acompanhava pelos corredores da casa, em trajes comuns aos dia-a-dia da população: uma calça jeans, camiseta rosa e tênis. Quando percebeu que o projeto seria colocado em votação, adentrou no plenário e disse que participaria da sessão (o regimento interno da casa só permite a participação masculina quando trajado de terno).

Diante da negativa pelo presidente da Câmara, Mário Hossokawa, John disse "que ninguém iria votar nada", mesmo que "tivesse que ficar pelado". A sessão acabou suspensa por 10 minutos para a tentativa de um acordo, sendo que neste tempo nada foi resolvido.

John então tirou a camiseta e disse que se necessário fosse ficaria pelado e subiria na mesa do presidente, e a confusão gerada acabou por impedir o continuamento das votações, tendo inclusive alguns vereadores se retirado do plenário.

Resumo: No final John conseguiu o que quis, mesmo que de modo inusitado!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

As minas de Potosí - Bolívia

Uma frase muito conhecida e repetida cotidianamente diz que "viajar é preciso". Para mim, viajar é mais que preciso, é uma necessidade básica do ser humano, que precisa deixar de lado o fato de repetir o que se ouve, de histórias de alguém que saiu de seu ninho contou, de alguém que deixou de assistir TV e ver fotos, e se lançou neste mundo, para entender o que é seu.

É preciso conhecer o frio para saborear o calor. É preciso conhecer outros “mundos”, outras terras, pessoas, culturas e línguas, para que possamos acabar com nossa arrogância que nos leva a encarar o mundo como imaginamos, e não como ele é.

Neste último final de semana, no domingo à noite, estava trocando canais na TV quando me deparei com uma matéria veiculada na Rede Record, reportagem esta de extrema qualidade, onde foi relatada a situação dos mineiros, trabalhadores que passam suas vidas debaixo da terra, a procura de pedras e metais preciosos. 

Qual não foi minha surpresa quando percebi que a mina em que foi gravado o programa se localiza em Potosí, uma cidade da Bolívia situada a mais de 4 mil metros de altitude, que tive o prazer de visitar no começo deste ano.

Desde minha viagem, publiquei alguns artigos e comentários neste blog relatando um pouco do que pude presenciar lá, e com este post específico, gostaria de deixar aqui minhas impressões do lugar e das pessoas.



Potosí é a cidade mais alta do mundo, estando a exatos 3.967 metros de altitude. Tem uma população de quase 195 mil habitantes, segundo o último Censo realizado no país. A população que lá vive é na sua maioria humilde, não havendo grande grau de escolaridade, nem renda.



Durante minha estada na cidade, assim como na Bolívia inteira, fui muito bem recebido, sendo que a população local tem grande afeto pelos brasileiros. O salário mínimo no país gira em torno de 680 bolivianos, que convertido em reais, dá-se o valor mensal de R$ 170,00. Um país com grande potencial turístico, vide o “Salar do Uyuni”, “Copacabana” e “La Paz”, mas que tem sua população necessitando de intensa ajuda social, pois a taxa de desemprego é grande.

Vista da mina em questão


Muitos na cidade de Potosí acabam trabalhando nas minas, para ganhar um salário mínimo, isso quando conseguem receber esta quantia. Inúmeros trabalham em cooperativas, sendo que ganham por produção, fazendo com que sejam praticamente escravos de si mesmos, pois só ganham pelo que encontram de valor. Assim, estes ficam 12, 14 e até 16 horas diárias dentro da mina, para conseguir auferir esta renda mínima, e poder comprar comida.

Eu e meus colegas que entramos na mina


Na cidade em questão, durante minha viagem, juntamente com quatro colegas, pagamos a um mineiro, que nos forneceu equipamentos de segurança e adentrou as minas conosco. Lá dentro, pude sentir o calor, o pó, e as condições de vida que levam estas pessoas, que são realmente terríveis.



Por causa da altitude, os locais costumam mascar folhas de coca, que tem uma ação parecida com a aspirina, que permite a pessoa se cansar menos e o sangue fluir melhor. Passamos então em uma pequena barraquinha, onde compramos as folhas e alguns pequenos presentes, sendo que os entregamos aos mineiros que pudemos conhecer dentro das minas.

Mineiros que pude conhecer

Fora as condições insalubres do local, há as explosões de dinamite dentro das minas, que fazem um barulho ensurdecedor, sem contar o perigo a que estas pessoas estão sujeitas. Quem não morre antecipadamente por uma explosão mal planejada/executada, acaba por ter uma expectativa de vida de 40 a 45 anos, devido ao pó tóxico respirado diariamente. Neste ponto, quem puder assistir a reportagem da Record, terá uma visão mais clara do que acontece à estas pessoas.


O trabalho infantil é comum, e nas montanhas, ao lado das entradas das minas, observamos vários barracos, que servem de casa/abrigo aos moradores. Durante minha visita ao interior deste local, a que pode muito bem ser comparado a um inferno, há dentro “O diabo”, como os mineiros o chamam. É uma figura de um “deus” que ali está presente, pela cultura popular, a quem rogam auxílio para dali saírem com vida. São feitas ofertas, acesos incensos e ofertado fumo à este, que supostamente os protege.


Retorno

Prezados leitores,

Há muito tempo não escrevo aqui no Blog, mesmo tendo vontade de deixar alguns escritos. Durante este último mês, conversei com algumas pessoas, e hoje, após mais de três meses sem retornar à minha cidade natal, Paranavaí, pude perceber que muitos colegas e amigos entram diariamente aqui à espera de notícias e atualizações.

Desta forma, estou retornando às publicações, e espero que voltem a acompanhar e que comentem!

Meu muito obrigado,

Diego Franco Pereira